12/12/2008

O Meu Companheiro tem mancha branca no peito destemido!


O vento quase parou: divertido, acompanhou com olhar risonho e mansamente afagou os cabelos despenteados do cavalinho (corcel gracioso) que trota a mando do cocheiro de chicote de plástico.

Ao lado, o passageiro espera para subir na preciosa carruagem, enquanto outro cavalinho (de mancha na pelagem do seu peito jovem) se prepara para constituir parelha, que é como quem diz, para com ele ser mais um.

No conjunto dos elementos que constituem a rua deserta, a riqueza e opulência destas personagens dão-lhe o porte real que fascina pela entrega, pela alegria e pelo realismo que só as crianças conseguem dar ao que não está lá!

Mas está!

Por isso mesmo, a imagem é muito maior do que realmente aparenta: ela tem a altura e o tamanho da visão que encerra, num parêntesis casual na vida de pequenos putos, de altura pouca, garbosos e felizes, uns por usarem as suas valentes quatro patas, os outros pelos trajes de veludo que exibem, nesta partida para uma viagem inimitável, ímpar e comovente.
(saber que já um outro Eu esteve aqui é, de algum modo, perceber que, no presente, promessas que a vida dá estão ainda por se cumprir : então, qual garboso corcel, trotarei nas avenidas desconhecidas, beijarei o vento matreiro e partirei feliz!)


Ao Sonjo!