* Poemas d’avintes a quatr’olhos – Filigrana poética
Poemas d’avintes a quatr’olhos – Filigrana poética
Com a devida estranheza
(Justa e recta , mas ambígua)
constato em diferentes ambientes
(sólidos, líquidos, quentes e viscosos )
peculiares simetrias.
(pares ímpares, realidades difusas).
O voo errático das aves que ao alto
(do lado de fora, ao lado do de dentro)
passam, se assemelha tanto ao navegar assustadiço
(mas, concertado e orquestrado)
de um cardume de peixes.
(como o de uma fila indiana de formigas, rumo ao formigueiro).
Partilham de um mesmo brilho metálico
(ao sol)
que só me lembra o sabor dos garfos velhos
(tortos, toscos e desdentados)
da gaveta, a da minha avó quando ao céu da boca tocam
(e quando no chão da língua pisam).
As quatro sombras do garfo
(esguiam pelo pavimento palatino)
Lembram águas correntes
(turbulentas e doentes).
Gigantes e minúsculas,
(lanças)
traduzem as pessoas tal como elas são
(acutilantes e farposas).
Cruéis verdades, doces engodos
Corpos idiotas, monstros malhados,
Chanel #27, para não esquecer,
Catarina a chegar, d’avintes
Quatr’olhos a sumir!
Uma literal literária co-produção de Nelson Leal et Gabriela Benavente
Babá e sonjo!
Porque o que importa vem em primeiro lugar.
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